Há seis anos, André Araújo, Daniel Minozzi e Gustavo Simões, na época estudantes de química da Universidade Federal de São Carlos, dividiam uma república. Na cidade paulista que é conhecida como polo de tecnologia, os três lamentavam o fato de que muitas pesquisas acabavam desperdiçadas ou restritas ao mundo acadêmico, apesar do potencial comercial. Os estudantes juntaram esforços – e também recursos de agências de incentivo e do fundo de investimento Novarum – e criaram a Nanox. A empresa não tem nome conhecido do grande público ou faturamento que salte aos olhos se comparado ao de grandes corporações, mas tem cavado seu espaço. Em seis anos de vida, a Nanox já exporta 40% de sua produção e ganhou o status de maior empresa de nanotecnologia do País. No mercado visto do microscópio, ela se sobressai. Em 2006, os três empreendedores lançaram o Nanox Clean, grande divisor de águas para a companhia. Ao ser inserido em materiais como plásticos, tintas e resinas, o antimicrobiano cria uma barreira de proteção por toda vida útil do objeto. Com isso, as superfícies desses artefatos ficam livres da formação de fungos e bactérias. Feito à base de base de prata, o Nanox Clean pode ser aplicado em geladeiras, purificadores de água e produtos de higiene, para citar alguns exemplos, segundo Daniel Minozzi, um dos sócios fundadores da empresa. O contato da prata com as bactérias rompe a membrana celular desses microorganismos e os elimina, garantindo a desinfecção. “Lançamos uma tendência de proteção contra bactérias, que agregou mais valor a nossos produtos e aumentou seu valor de venda”, diz Luis Carlos Aran, engenheiro de produtos da Taiff, a primeira cliente da Nanox. “A tendência é expandir o uso da nanotecnologia em nossos produtos”. Hoje, o Nanox Clean pode ser encontrado em secadores de cabelo, tapetes, material para horticultura e outros. A Mabe, fabricante mexicana de eletrodomésticos, por exemplo, incorporou o bactericida às prateleiras e bebedouros de água de seus refrigeradores. Os produtos são exportados para o México e os Estados Unidos. “O uso na nanotecnologia oferece mais segurança e qualidade da água aos consumidores. Além disso, a tecnologia de ponta da Nanox é totalmente desenvolvida no País”, diz Elias Pinarde, coordenador de marketing da Indústria Brasileira de Bebedouros (IBBL), uma das clientes da Nanox. Novos nichos Em uma estratégia de busca por novos nichos de atuação, a Nanox entrou, no início do ano, na área odontológica, em uma parceria com a Dabi Atlante, que desenvolve produtos para o setor. A resina Nanox é adicionada durante a fabricação dos moldes das partes plásticas dos equipamentos, em uma técnica patenteada com o nome de B-Safe. “A nanotecnologia da Nanox ajuda na desinfecção de consultórios, eliminando as bactérias, garantindo a qualidade de nossos equipamentos e um novo nível de biossegurança”, afirma Augusto Barros Biagi, diretor de marketing da Dabi Atlante. Com os novos contratos, a empresa espera faturar R$ 3 milhões em 2010, montante que é mais que o dobro do R$ 1,3 milhão obtido no ano passado. As exportações da empresa, que devem responder por 40% das vendas neste ano, foram responsáveis por 25% em 2009. (Fonte: IG Economia)
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