Novo ministro de C&T elege prioridades
O físico carioca Sérgio Machado Rezende, de 64 anos, que assume o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) nesta quinta-feira (21/07), já elegeu suas prioridades à frente da pasta: investir na melhoria do ensino e da divulgação científica e atrair a atenção do empresariado para o setor de inovação tecnológica.
“Na área de divulgação, por exemplo, vamos promover mudanças na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Ela é fundamental para unir as universidades e as instituições científicas do País, mas está obsoleta. Vamos investir para torná-la mais rápida”, adiantou anteontem ao jornal O Estado de São Paulo, após um café da manhã de despedida na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de fomento que ele presidiu nos últimos dois anos e cinco meses.
Criada pelo MCT para unir a comunidade acadêmica, a rede de internet é gratuita para instituições de ensino e de pesquisa públicas e privadas e tem conexões com outras redes da América Latina, Europa e EUA.
Rezende também já tem algumas definições para fazer o Brasil crescer em pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos inovadores, que, a cada dia, surgem nas bancadas universitárias, mas costumam ficar restritos à academia por falta de investidores. Uma das alternativas, diz ele, é buscar linhas de financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e parcerias com o Sebrae.
“O Brasil não tem tradição nisso. Falta, dentro do setor empresarial, a cultura de investir no que está sendo descoberto nas universidades, nos centros de pesquisa. Daí a importância de criarmos mecanismos que promovam essa interação” afirmou, citando, entre as iniciativas, o Programa Juro Zero, criado por ele, recentemente, na Finep, por meio do qual a agência de fomento financia recursos para micro e pequenas empresas inovadoras, sem juros.
Formado em Engenharia Eletrônica na PUC-RIO, com doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, Rezende já passou por diversas universidades e, na última década, atuou na gestão pública, tendo sido secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco. Na Finep, criou um método que diminuiu o tempo entre a aprovação e a contratação de projetos de cinco meses para 33 dias.
Apesar da redução significativa, o novo ministro acha que pode ser preciso reduzir ainda mais esse intervalo, caso o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) seja aprovado pelo Senado exatamente como saiu da Câmara. O fundo terá recursos de incentivos fiscais ou de contribuições e doações de entidades públicas e privadas. “Vamos precisar de mais agilidade. Os recursos para contratação de projetos devem passar de R$ 750 milhões para R$ 1 bilhão”, observou.
Fonte: O Estado de S.Paulo