Os professores Ana Paula Salles Moura Fernandes e Ricardo Tostes Gazzinelli, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), receberam, no dia 10 de abril, em cerimônia realizada em São Paulo, o certificado e o troféu do Prêmio Péter Murányi 2014. Os vencedores ganharam também R$ 200 mil em dinheiro por terem desenvolvido uma vacina recombinante contra a leishmaniose visceral canina. A leishmaniose é considerada uma das seis principais doenças parasitárias pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A vacina tem o nome comercial de Leish-Tec, é produzida pelo laboratório Hertape Calier e está no mercado desde 2008. Concorremos com pesquisadores do mais alto nível e nos sentimos muito honrados por receber essa premiação, comemora Ana Paula. A leishmaniose visceral, uma das formas mais severas desta síndrome infecto-parasitária, ataca animais, como cachorros, e é transmitida entre os animais e também para o homem através da picada do mosquito palha. Tanto nos animais como nos seres humanos, o parasita compromete órgãos como fígado, baço e medula óssea, podendo matar. No Brasil, os cães identificados como portadores do parasita são sacrificados. Com uma incidência anual de 500 mil novos casos em todo o mundo, a doença é registrada principalmente em países da África, Ásia, na região do Mediterrâneo e nas Américas. A vacina desenvolvida pela UFMG é inovadora. Os antígenos das outras vacinas contra leishmaniose visceral canina são obtidos diretamente do crescimento do parasita em cultura, explica Ana Paula. Do ponto de vista da tecnologia industrial, da produção da vacina, da qualidade dos lotes, isso requer um cuidado especial para que a vacina tenha sempre a mesma constituição. Já a vacina desenvolvida pela UFMG é à base de uma proteína recombinante produzida em bactérias, metodologia de última geração e que não demanda uma tecnologia industrial tão complexa. Com o êxito da Leish-Tec, o novo desafio dos ganhadores do Prêmio Péter Murányi é produzir uma vacina contra leishmaniose visceral em humanos o que ainda não existe. Para isso já está em andamento uma parceria dos pesquisadores com a empresa farmacêutica GlaxoSmithKline. A cerimônia de entrega do Prêmio Péter Murányi contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz; do presidente do CNPq, Glaucius Oliva; do reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco; da presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso das Ciências (SBPC), Helena Nader; e do vice-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Eduardo Moacyr Krieger. A pesquisa premiada pela Péter Murányi simboliza a aliança feita em prol do interesse coletivo, conjugando os esforços científico e empresarial, um exemplo que, espero, seja ampliado, destaca Diniz. O número e a qualidade dos trabalhos inscritos nessa edição mostram que a comunidade científica reconhece a iniciativa do Prêmio, cujo objetivo é valorizar projetos científicos, mas com caráter aplicado, que atuam para resolver os problemas das sociedades dos países menos desenvolvidos, ressalta a presidente da Fundação Péter Murányi, Zilda Vera Murányi Kiss. (Fundação Péter Murányi)
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