Uma “janela de tecnologia”
entre o Brasil e a Coréia
Brasil e Coréia do Sul deveriam manter estreitas relações no campo da inovação, contexto em que a Anpei e a Koita atuariam como uma “janela de comércio de tecnologia” entre os dois países. A sugestão foi apresentada por Yongsang Cho, diretor do Departamento de Cooperação Internacional da Koita – Korean Industrial Technology Association, durante palestra que proferiu na VI Conferência Anpei, na manhã de quarta-feira (7), no Rio de Janeiro. Ele falou sobe as características da P&D nas indústrias de seu país.
Na avaliação de Cho, com o auxílio da Anpei e da Koita empresas de uma ou outra nação poderão negociar tecnologias desenvolvidas no outro país para aperfeiçoar seus negócios. A duas associações assinaram um memorando de cooperação em julho de 2005 em que está previsto esse tipo de atuação.
A Coréia do Sul teria muito o que contribuir com o Brasil. Com uma agressiva política de financiamento e incentivos, o governo local conseguiu montar uma ampla base para inovação. Em 1983, havia 53 centros de pesquisa e desenvolvimento industrial no país, número que saltou para 11.810 em 2005. A trajetória de enriquecimento da Coréia nesse período é conhecida. Em 2004, com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 680 trilhões, estabeleceu-se como a 11ª nação mais rica do mundo.
Mas a história de sucesso também esconde alguns problemas. As 20 maiores empresas respondem por 55% do total de investimentos em P&D, o que revela concentração muito grande. Além disso, os centros de desenvolvimento industrial empregam somente 5,1% de profissionais com título de doutor, e a interação universidade-empresa deixa a desejar, afirmou Yongsang Cho.
O governo coreano decidiu, portanto, adotar novas políticas. Entre elas, elegeu a pesquisa e desenvolvimento como uma das 12 prioridades nacionais, com o fim de criar uma “sociedade orientada à ciência e tecnologia”. Procurará estreitar os laços entre a academia e o mundo empresarial, oferecer incentivos maiores às pequenas e médias empresas, além de selecionar dez áreas que merecerão atenção especial, como medicina, células combustível e redes domésticas inteligentes.