07/08/2017
Com o objetivo de aprimorar a gestão de projetos de pesquisa para que seus pesquisadores possam se dedicar mais a sua atividade-fim e menos a tarefas burocráticas, como a de prestação de contas, a Universidade de São Paulo (USP), que conta com um orçamento de R$ 1 bilhão por ano para a pesquisa – do qual cerca de 50% é aportado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) –, tem estudado um modelo para melhor auxiliar seus pesquisadores na administração de seus projetos de pesquisa.
“Para ajudar nossos 6 mil pesquisadores na gestão de seus projetos de pesquisa não pode ser com uma estrutura que é criada em um departamento ou em uma unidade da universidade, por exemplo”, disse José Eduardo Krieger, pró-reitor de pesquisa em um evento sobre gestão de projetos de pesquisa realizado na última quarta-feira (26/07) pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP.
Segundo a USP, não faltam pessoas hoje na universidade com conhecimento e experiência para auxiliar os pesquisadores na administração de seus projetos de pesquisa.
Unesp
Já a Universidade Estadual Paulista (Unesp) pretende criar três centros – sendo um nas áreas de Engenharias, Ciências Exatas e Tecnologias, outro em Ciências da Vida e um terceiro em Ciências Humanas – para auxiliar seus 33 escritórios de apoio, espalhados pelos 24 municípios onde a universidade está presente, a prospectar fontes de financiamento à pesquisa.
“A ideia de criar esses três centros de apoio é auxiliar nossos pesquisadores a buscar fontes alternativas de financiamento. É preciso que eles abram os olhos para a oportunidade de obter financiamento para seus projetos de pesquisa tanto de agências nacionais e internacionais de fomento à pesquisa como de empresas”, disse Carlos Graeff, pró-reitor de pesquisa da universidade paulista.
Programa de treinamento
As iniciativas das duas universidades para melhorar seus sistemas de gestão da pesquisa se alinham à direção que a Fapesp ambicionava quando implantou há sete anos um programa de treinamento para estimular a criação de Escritórios de Apoio Institucional ao Pesquisador (EAIP), avaliou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação.
“A gente vê que não só na USP, mas em todo o Estado, há uma boa resposta para essa iniciativa que nos parece essencial para o melhoramento da qualidade da pesquisa no Estado de São Paulo”, afirmou.
Uma das motivações da criação do programa de treinamento foi a mudança no tamanho e nos orçamentos dos projetos realizados nas universidades e instituições de pesquisa com apoio da Fapesp que cresceram e passaram a exigir melhor gestão.
Além disso, as instituições responsáveis por fiscalizar o cumprimento da legislação nos gastos públicos avançaram no cumprimento desse papel, e as consequências da má prestação de contas tornaram-se mais rigorosas.
(Agência ABIPTI com informações da Agência Fapesp)