16/08/2018

Em um universo de mudança tecnológica acelerada, quais são as oportunidades e os desafios para a criação de valor?

Com o tema central “Novas Alavancas de Criação de Valor”, o primeiro dia da Conferência de Inovação 2018, foi marcado pelas discussões em torno dos desafios e perspectivas para o desenvolvimento do ecossistema de inovação. O cenário de mudanças que se construiu em torno das tecnologias digitais e os novos modelos de negócios que estas favorecem foram alguns dos principais temas comentados ao longo do dia.

O vice-presidente da ANPEI, Rafael Navarro, iniciou a cerimônia de abertura ressaltando que o objetivo do encontro é estreitar as relações entre as instituições de pesquisa e as organizações empresariais com o intuito de aprimorar os processos de inovação e com isso encarar as mudanças tecnológicas como oportunidades de produção de valor.

Esta também é a opinião de Hitendra Patel, convidado internacional e primeiro palestrante do dia. Segundo ele, passamos por um momento de disrupção, em que as bases do desenvolvimento empresarial estão sendo completamente ressignificadas. Para acompanhar esse processo, a estratégia de inovação será repleta de altos e baixos e em constante mutação.

Em sua fala, ele destacou quatro enquadramentos que definem o cenário atual: a atenção para questões ambientais e sustentabilidade; a preocupação crescente com a saúde, principalmente quando a população idosa cresce no mundo todo; a necessidade imprescindível de conectar pessoas; a robotização dos mais diferentes processos da produção e da vida cotidiana.

Com base neste panorama, Patel avalia que as empresas que querem inovar precisam expandir seus serviços, produtos e áreas de atuação. É preciso criar uma cadeia de opções que ampliem as condições de sucesso e adaptação ao mercado, em vez de um único produto ou serviço inovador.

A segunda palestra, realizada por Célio Cabral, Gerente de Inovação do SEBRAE Nacional, ressaltou os efeitos da economia digital e a intensificada migração de todas as relações para o ambiente virtual. Nesse cenário, as empresas precisam se adaptar por uma questão de sobrevivência e podem fazer uso dessas novas tecnologias para reverter em vantagem para seus negócios. Pensando nessa necessidade de criar ações colaborativas, foi criada a plataforma SebraeLab, que pretende habilitar as conexões entre a instituição e seus clientes e repensar a atuação do Sebrae, que procura deixar de ser um consultor para ser uma plataforma multilateral que oferece conexões entre produtores e consumidores, organizando um reportório com as melhores soluções em soluções em empreendedorismo.

Élcio Brito, Sócio diretor e cofundador da Spi Integração de Sist., e Jorge Ávila, Sócio da Hbuz, expandiram as discussões osbre novas tecnologias digitais que vêm despontando como importantes ferramentas de inovação e novos negócios. Ávila falou a respeito de quais tecnologias precisamos nos apropriar para acompanhar as mudanças tecnológicas. Ele destacou a IoT, Blockchain, a IA e robótica como as principais tecnologias que integram o conjunto de mudanças mais recentes. Segundo ele, as empresas brasileiras ainda estão muito presas ao que se tem feito em nível internacional e deixam de ousar em um modelo próprio de apropriação dessas tecnologias.

Na última palestra do dia, Camila Cruz, Diretora de P&D e Head Women Leadership na 3M Brasil e Diretora da ANPEI, e Luciano Abrantes, Head of Digital Innovation, Natura discutiram os processos inovativos aliados à observância das necessidades e demandas dos clientes diretos e indiretos, adaptando produtos e serviços em uma constante construção colaborativa dos processos.