O Encontro dos Comitês foi uma tarde recheada de novidades: além das atualizações dos comitês, tivemos o anúncio da nova sede e de uma nova parceria, além de reuniões com o IPT e EMBRAPII e uma dinâmica com o Explorers Game, um jogo de tabuleiro para o mundo corporativo. Confira as atividades mais recentes da ANPEI!
Nova sede e IPT
A 2ª edição do Encontro dos Comitês ANPEI contou com a participação de 245 pessoas na nova sede da ANPEI. Anunciado por Rafael Navarro, Vice Presidente da ANPEI e Head of Knowledge Management na Braskem, o novo endereço é ainda mais próximo ao ecossistema de inovação: dentro do IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
Jefferson Oliveira, Diretor Presidente do Instituto, transmitiu as boas vindas à ANPEI e ressaltou a importância do Sistema Nacional de Inovação se aproximar e dialogar entre si, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento tecnológico.
Marcos Vinicius de Souza, Subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo e Presidente do Conselho de Administração do IPT, também ressaltou a importância da aproximação local dos diferentes atores do SNI e mencionou a importância da ANPEI neste movimento.
Parceria ANPEI e EMBRAPII
Além da nova sede ANPEI, Rafael Navarro anunciou uma segunda novidade: a nova parceria com a EMBRAPII. Através de um Acordo de Cooperação, as entidades visam estreitar a relação entre as Unidades e Polos credenciados EMBRAPII, e as empresas associadas da ANPEI.
Essa nova parceria visa fortalecer o ambiente de inovação criando maior sinergia entre as partes, apoiando e estimulando projetos conjuntos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Através de MatchDays, Workshops e outros eventos, a proposta é aproximar as Unidades EMBRAPII dos interesses dos associados ANPEI, estimulando assim, projetos e pesquisas focadas em suas demandas.
Como duas entidades que tem por finalidade promover e contribuir para o desenvolvimento da inovação no Brasil, a ANPEI e a EMBRAPII reúnem forças para implementar ações que potencializam o fomento à inovação da indústria brasileira.
José Luis Gordon, Diretor de Planejamento e Gestão da EMBRAPII, reforçou que a ideia é conciliar cada vez mais as iniciativas da EMBRAPII com as demandas do setor industrial, e entender como as empresas estão enxergando o futuro e se preparando para ele. Essa nova parceria tem como principal objetivo atender as necessidades da indústria.
Para isso, a EMBRAPII possui um modelo de financiamento diferenciado, cujo as empresas negociam, aprovam e contratam o projeto diretamente com as unidades credenciadas sem a necessidade de edital, pois o recurso já se encontra disponível.
São 42 unidades credenciadas, equipadas com infraestrutura de ponta, que atuam com focos de atuação divididos em: Tecnologia da Informação e Comunicação; Materiais e Química; Biotecnologia; Mecânica e Manufatura; Tecnologias Aplicadas.
Explorers Game
Leandro Jesus, idealizador do Explorers Game, apresentou a iniciativa explicando a premissa baseada na exploração. Inspirado nos antepassados exploradores que viviam momentos de grande incerteza na busca de novos caminhos, Leandro faz a relação com os empreendedores do mundo contemporâneo, que devem se arriscar para fazer diferente.
Assim, Leandro defende que o espírito explorador também está presente nos empreendedores, que querem construir algo diferente. Na conjuntura atual, também estamos vivendo um momento cheio de incertezas, em que padrões convencionais estão sendo rompidos, e as mudanças ocorrendo de forma acelerada e exponencial. Como os exploradores do passado, precisamos buscar novos caminhos em um mar de dúvidas. O empreendedor enxerga o momento de transição econômica como uma oportunidade para construir empresas e sociedades melhores.
A transformação digital dita o novo rumo da economia no século 21, e o sistema econômico atual já dá sinais de colapso: utilizamos 50% a mais de recursos que o planeta consegue recuperar, 1% da população mais rica detém 50% da riqueza do mundo, mais de 70% das pessoas do mundo se dizem desmotivadas.
No contexto de tecnologias exponenciais, novos significados de trabalho, o cliente como protagonista e restrições ambientais e sociais, os negócios também estão sofrendo transformações. Leandro explica que, o tempo médio de vida das empresas em 1920 era de 67 anos, e em 2014 apenas 15 anos, elucidando o declínio das corporações tradicionais. Desse modo, as organizações ao pensar em inovação, devem primeiro repensar suas estruturas internas para compreender como podem servir à sociedade.
Leandro Jesus esclarece que a demanda do jogo vem da necessidade das organizações repensarem o seu papel frente à essa conjuntura. Para contextualizar as organizações no jogo de tabuleiro, Leandro utilizou os transatlânticos, que são estruturas grandes, pesadas, estáveis, cheias de gente e feitas para se locomover com velocidade e segurança, para representar as corporações.
O objetivo do jogo é então descobrir qual o papel do transatlântico, repensar sua estrutura e descobrir quais serão as ações e caminhos escolhidos para que não afunde. Navegando rumo à uma nova economia, o Explorers Game pretende trabalhar, através de um propósito maior, lideranças conscientes, experiências aos clientes, realização no trabalho, redes de autogestão, espírito empreendedor, agilidade, inteligência de dados digitais, compartilhamento de ativos e impacto social e ambiental.
Leandro Jesus termina a apresentação fazendo uma provocação: como remover as âncoras que prendem as corporações à mentalidade do passado? Como renovar a sua relação com a comunidade, com seu entorno e práticas de gestão interna? A proposta do jogo é preparar os executivos, numa configuração descontraída e criativa, para lidar com o período de transição de forma mais assertiva.
Mapa de Inovação ANPEI 2.0 – Chamada aos Associados para colaboração
Alexandre Salomão, Diretor da ANPEI e R&D Projects Manager da Vale, e um dos novos Diretores Padrinhos do Mapa de Inovação ANPEI 2.0, e Alessandro Rizzato, coordenador do Comitê ICT Empresas apresentaram e atualizaram o público sobre a iniciativa.
Buscando difundir e contribuir para o entendimento, e portanto, evolução do Sistema Nacional de Inovação, em 2014, foi iniciado um estudo sobre a representação dos fluxos e interações entre os atores do ecossistema de inovação.
O Mapa de Inovação 2.0, através de uma pesquisa realizada com 237 atores e informações colhidas em discussões nos comitês, elucida os principais atores do SNI, suas interações, e também qual o grau de proximidade entre os atores, representado pela grossura das linhas que os conectam.
A versão atual do Mapa é estática e a nova versão busca mostrar as atualizações em tempo real, de forma dinâmica e autossustentável. A ideia é que o Mapa possa definir fonte de dados não estruturadas, para extrair informações em tempo real desse monitoramento. Assim, Alexandre Salomão e Alessandro Rizzato fizeram um convite ao público para participar do grupo de trabalho que irá repensar esse modelo e criar uma ferramenta extremamente importante para o ecossistema de inovação.
GT Marco Legal – Atuação Transversal
Cristina Assimakopoulos, Líder do GT Marco Legal e responsável por parcerias e fomento em CT&I na Vale, Marco Aurélio Braga, Sócio na MAB Advogados, e Nereide de Oliveira, Gestora de Contratos e Propriedade Intelectual da Diretoria de Inovação do IPT, vice líderes do GT, apresentaram as principais ações realizadas em 2017 e 2018, como a Análise dos Vetos Presidenciais da Lei Federal 13.243/2016 e do PL 226/2016, entregue em mãos à época ao MCTIC, que regulamentou alguns pontos mas não publicou ainda o resultado final.
Também foi feita uma Análise Comparativa do Decreto 9.283/2018, da primeira Lei de Inovação (Lei Federal 10.973/2004) e da Lei Federal 13.243/2016, circulada entre as lideranças dos comitês.
Nos eventos realizados pelo GT Marco Legal, como workshops, palestras e mesas, os coordenadores ressaltam o esforço para convidar agentes públicos, como do ME e MCTIC, que efetivamente operam a Lei, como uma tentativa de concretizar as pautas apresentadas, além da presença de procuradores para debaterem temas em relevância.
Já os projetos 2019 e 2020 foram separados em dois eixos: propositivo e reativo. O primeiro tem a intenção de transformar o material produzido pelo GT em vídeo e texto didáticos para os canais de comunicação, em parceria com área de Relações Institucionais da ANPEI. O segundo, reativo, cumpre o papel de atuação transversal, respondendo a demandas geradas nos comitês.
GT Indústria Startup – Uma página em branco
O Vice Líder do GT Indústria Startup e Líder de Inovação Aberta na Vale, Alexandre Mosquim, ressaltou a importância da ANPEI gerar valor também às startups, a fim de que elas façam parte dessa iniciativa e fortaleçam o ecossistema de inovação, e as discussões nos encontros do grupo.
Como o GT ainda é muito recente, Alexandre destaca a importância de realizar reuniões abertas, que possibilitem o benchmark e transformem o espaço em uma abertura para as empresas compartilharem suas dores e experiências. O vice líder defende que o grupo deve ser, antes de tudo, um ambiente de troca. Alexandre terminou a sua fala frisando que o GT Indústria Startup ainda é uma página em branco, e as iniciativas serão desenhadas do zero, para que as conexões geradas transformem o potencial em realidade.
Comitê de Fomento – Defesa da Lei do Bem
O vice coordenador do Comitê de Fomento e Gerente de Inovação na Braskem, Bruno Vaz, apresentou ao público uma retrospectiva das ações já tomadas pelo tema em 2019. Partindo de uma agenda com o princípio de alavancar oportunidades e respondendo à conjuntura política atual, o Comitê de Fomento criou dois novos GTs, o GT Defesa da Lei do Bem e o GT Ataque: Melhorias da Lei do Bem.
Com o objetivo de manter o principal incentivo à inovação ativo, o GT Defesa da Lei do Bem irá entregar até junho um paper institucional que visa avaliar objetivamente os impactos do benefício para a economia brasileira. Para isso, utilizará a banco de dados ANPEI, a Análise Preliminar da CGEE sobre a Lei do Bem, apresentada em reunião pela Ceres Cavalcanti, e o estudo “Contribuições dos Incentivos Fiscais da Lei do Bem para P,D&I no Brasil” realizado pela UFABC e apresentado pela Prof.ª Dr.ª Anapatrícia, também em reunião, entre outros materiais.
Para o segundo semestre, Bruno Vaz apresentou como proposta explorar outras possibilidades de financiamento além das entidades públicas, através do ecossistema internacional, como H2020, Singapura e NSF. O vice coordenador também propõe discutir o fomento para startups, em conjunto com o GT Indústria Startup.
Comitê de Propriedade Intelectual – Ações 2019
A coordenadora do Comitê de PI e Coordenadora de Propriedade Intelectual na Braskem, Eneida Berbare, relembrou o público da missão deste Comitê, definido por mapear, interpretar e difundir as melhores práticas corporativas e institucionais vinculadas à gestão da PI.
Eneida fez uma retrospectiva dos temas abordados em 2019, separando-os por dois eixos: ambiente externo e interno. No ambiente externo, a coordenadora discorreu sobre o relacionamento da ANPEI com o INPI. Por conta da troca da presidência, ela mencionou a importância de trabalhar novamente na construção desse relacionamento, a fim de reconquistar a proximidade já estabelecida anteriormente. Assim, foi realizada uma reunião com o novo Presidente, Cláudio Furtado, no dia 22 de abril, efetivando com sucesso a reaproximação, resultando na presença do mesmo na Conferência ANPEI de Inovação 2019, palestrando no dia 26 de setembro, sobre os desafios do INPI.
A coordenadora relembrou a 1º Edição do Manual de Desenho Industrial, publicado em janeiro de 2019 com o apoio da ANPEI, que trouxe importantes resoluções que agilizam o processo de registro de patente, e a criação do GT Biotecnologia, que respondeu à uma Consulta Pública do INPI sobre Diretrizes de Exame de Patentes em Biotecnologia.
Outros dois temas bastante debatidos pelo Comitê de PI esse ano foram Contratos e Licenciamento de Transferência Tecnológica, e Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais. O Comitê também abordou o relacionamento jurídico com startups, e qual a forma mais adequada de realizar essas parcerias.
Para o segundo semestre, Eneida propõe o debate sobre a repressão da pirataria e falsificação, além de uma discussão mais ampla sobre a importância da marca para a competitividade. Também pretende abordar a pauta relacionada com o tema da Conferência 2019: como fazer a proteção de patentes, marcas e direito autoral, no contexto de indústria x.0 e a velocidade das mudanças disruptivas?
Comitê ICT Empresa – Perfil dos Participantes e Novo GT
Na retrospectiva do Comitê ICT Empresas, seu coordenador Alessandro Rizzato, Research & Innovation External Affairs Local Manager na Rhodia, e sua vice coordenadora Patrícia Leal, Diretora de PI na Agência Inova Unicamp, apresentaram uma perspectiva mais geral das ações, dividindo-as em três blocos. No âmbito institucional, o Comitê tem trabalho através da conexão com a Diretoria ANPEI e com outros comitês, além da formação de GTs e realização do alinhamento estratégico. Já no âmbito de projetos, foram elaborados o Guia de Interação ICT Empresas, Mapa de Inovação 2.0 e Indicadores Socioeconômicos na Interação ICT Empresa, e no âmbito benchmark, o grupo tem visitado centros de P&D, compartilhado experiências e boas práticas através da discussão dos temas proposto.
Entre 2018 e 2019, foram realizadas 8 reuniões, com um total de 507 participantes, e a partir dos dados da base de inscritos da ANPEI, os coordenadores traçaram um perfil dos participantes. O perfil geral apresentado mostrou que a grande maioria dos frequentadores são diretores, gerentes e analistas. Em seguida, aparecem pesquisadores, considerado pelo coordenador um importante dado, coordenadores, advogados, engenheiros, especialistas e por fim CEOs e estagiários, respectivamente. A categoria “outros” ficou com uma grande parcela, 15%.
Dessa análise, observou-se que 60% dos participantes representam empresas, 15% ICTS, 8% universidades, e o restante dividido em, respectivamente, associação, fundação, agência de fomento, governo e parques tecnológicos. Alessandro ressaltou a importância de capturar esses dados a fim de trazer insights e temas que façam sentido, destacando que a dinâmica das reuniões já foi alterada, trazendo bons resultados.
Alessandro Rizzato convidou os presentes à participarem do GT Indicadores e Métricas de Inovação, criado pela Diretoria, que pretende discutir e elaborar um paper com informações relevantes e um possível plano de ação. O coordenador ressaltou a importância desse GT, e a necessidade de selecionar os indicadores que fazem sentido, a fim de direcionar o paper como um documento estratégico.
Comitê Gestão da Inovação – Modelo de Atuação
Para encerrar as apresentações, Jaime Frenkel, vice coordenador do Comitê de Gestão da Inovação e Head of Innovation Management Practice na EloGroup, apresentou o modelo adotado pelo Comitê. A primeira linha é a abordagem de temas “acalorados”, identificados a partir da pesquisa com o público frequentador. Posteriormente, são chamados os profissionais referência no tema.
A outra linha é a de troca de experiências. Ao final das apresentações, os coordenadores abrem a mesa redonda para discussão. Todas as reuniões do Comitê de GI são abertas ao público, já que quanto maior o número de participantes, maior é a troca. Esse formato também se apresenta como uma porta de entrada para instituições que queiram conhecer as iniciativas da ANPEI.
Os temas discutidos nas últimas quatro reuniões do Comitê foram Inovação da UX, Inovação Radical na Prática, Inovação em um Mundo Regulado e Novos Paradigmas de Gestão.
Todos os materiais produzidos pelos Comitês mencionados na matéria podem ser baixados aqui.