Com o avanço tecnológico e as novas formas de fazer negócios, a formação de redes tem sido cada vez mais encorajada para a maior competitividade em âmbito empresarial. O conceito de cooperação em rede surgiu com o objetivo de analisar a estrutura e evolução de atividades inovadoras, que exigem relações flexíveis e adaptáveis de organizações que colaboram entre si para alcançar resultados comuns.
O principal objetivo é que a empresa acesse a maior parte do conhecimento disponível para produção de novos bens e serviços, de maneira rápida, fácil e segura.
Esse tipo de cooperação gera inúmeros benefícios para todos os envolvidos. Como o compartilhamento de conhecimento, aumento de competitividade, conexão do conhecimento entre produtores, fornecedores e usuários, e agilidade na troca de informação, por exemplo.
O tema foi abordado na primeira reunião de 2021 do Comitê ANPEI ICT-Empresas, que debateu a relação entre as instituições científicas e tecnológicas (ICTs) e as grandes empresas. Na ocasião, os associados tiveram a oportunidade de acompanhar a apresentação de diferentes cases relacionados ao tema central da reunião: cooperação em rede.
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Cooperação em redes a partir de uma ICT: case Senai-PR
O diretor do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (Senai-PR) e da ANPEI, Filipe Cassapo apresentou o consórcio de baterias automotivas formado por 11 empresas concorrentes e recursos da Embrapii para o desenvolvimento de baterias com aplicação da tecnologia start stop.
“Apesar de uma cadeia automotiva forte, víamos uma importação crescente da China. Realizamos uma pesquisa e descobrimos que as baterias produzidas no Brasil não eram competitivas para os carros start stop. Então, conversamos com as empresas dessa cadeia para formarmos um consórcio. Cada empresa – sozinha – não tinha recurso. Mas juntas e com a Embrapii foi possível investir em pesquisa aplicada e desenvolver uma solução para cada uma fabricar a sua bateria”, explicou Cassapo, definindo o exemplo como um consórcio em cadeia de valor.
“Nosso grande desafio é transformar pesquisa em protótipos pré-competitivos e gerar produtos efetivos”.
Os outros dois cases apresentados por Filipe Cassapo durante a reunião também foram relacionados a consórcios com recursos da Embrapii. Um deles envolve quatro empresas da cadeia que estão desenvolvendo protótipos de baterias mais leves e com maior capacidade elétrica para o setor aeroespacial.
O último é um projeto de inovação em que três empresas concorrentes estão apostando no desenvolvimento de baterias de chumbo-ácido para sistemas fotovoltaicos. Ou seja, para a melhoria em termos de durabilidade, aceitação de carga e desempenho elétrico.
Os participantes levantaram questões sobre as organizações que ainda não têm maturidade e uma cultura de inovação bem estruturada para fazer esse tipo de consórcio de forma proativa. Nesse contexto, Filipe Cassapo destacou a importância da parceria entre as empresas e a confiança nas universidades e centros de pesquisas. “São relações humanas”.
De dentro da empresa: a modalidade cátedra da Vale para cooperação em redes
A Vale também possui um case interessante em cooperação em redes, o que eles chamam de cátedra. A especialista em parcerias de PD&I da empresa e coordenadora do Comitê de interação ICT-Empresa da ANPEI, Cristina Assimakopoulos, explicou sobre a modalidade para o desenvolvimento de projetos de PD&I, ou seja, em macro tema tecno-científico que demanda o avanço do conhecimento da empresa, envolvendo equipes multidisciplinares de excelência de diferentes instituições.
A cátedra exige acordo de cooperação com a instituição líder, termos de adesão assinados pela Vale e as instituições entrantes, acordos de cooperação específicos para a execução dos projetos de PD&I, e um comitê gestor.
De acordo com Cristina, a cátedra se difere de rede de pesquisa, já que envolve macro temas definidos ao longo dos anos e executados por um conjunto de instituições. Enquanto a rede de pesquisa trata de um projeto específico executado por várias instituições.
Como case, o engenheiro da Gerência de Inovação e Tecnologia de Ferrosos da Vale, André Franca, e o professor da Escola Politécnica da USP, Roberto Martins Souza, apresentaram a Cátedra Roda-Trilho – criada em 2014 com foco no estudo e no aumento da competitividade das operações de logística da empresa.
Atualmente, a Cátedra Roda-Trilho conta com duas ferrovias Vales, seis universidades e 19 projetos em dois períodos: 2014-2020 e 2020-2024.
“Existem diferentes níveis de cooperação. Estamos no caminho certo. O importante é continuar”, conclui o sócio na MAB Advogados e vice-coordenador do Comitê, Marco Braga.
Sobre o Comitê de interação ICT-Empresa
Com quase 15 anos de atuação, é o comitê mais antigo em vigência na ANPEI. Atualmente é coordenado pela especialista em parcerias de PD&I da Vale, Cristina Assimakopoulos, e tem como vice-coordenadores o sócio da MAB Advogados, Marco Braga, e a advogada do IPT, Nereide Oliveira. Confira as datas das próximas reuniões e programe-se desde já! https://anpei.org.br/ict-empresa/
Sobre a ANPEI
Há 37 anos, a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) é a única entidade brasileira multissetorial e independente do ecossistema de inovação que trabalha em prol do avanço da inovação no país, discutindo e elaborando políticas públicas voltadas ao tema. Com cerca de 200 associados, contabiliza 60% de todo o investimento em PD&I do país e metade da carteira de investimento em inovação do BNDES. Clique aqui, saiba mais e associe-se!