Ricardo Marques, Diretor da ANPEI e Superintendente de Gestão de Capital Humano em Furnas, participou da mesa de debates do evento online Empreendedorismo Inovador e o Profissional do Mundo 4.0, organizado pelo Ministério da Educação e transmitido no dia 13 de julho, que buscou discutir a relevância do empreendedorismo de base tecnológica e apresentar as perspectivas para o profissional do futuro 4.0.
Brasil e seu ecossistema
O Diretor iniciou a sua apresentação com uma premissa: para se adequar ao sistema e interagir com o ambiente de inovação, o profissional precisa conhecer o ecossistema de inovação e suas trocas dinâmicas. O Mapa de Inovação elaborado pela ANPEI é um modo eficaz de entender como se dão as relações entre os atores.
Além de compreender como se dão as interações neste ecossistema, é necessário entender também em qual contexto o Brasil está inserido. Ricardo esclareceu que, apesar do Brasil estar entre as 10 maiores economias mundiais, o PIB per capita oscila entre a 80ª e a 90ª posição, demonstrando uma certa ineficiência do país. Apesar disso, é evidente a relevância do investimento em empreendedorismo e inovação como vetor de geração de novos negócios e novas fontes de valor.
Assim, para a alavancar o ambiente de inovação no país, a principal missão da ANPEI, única associação multissetorial de inovação, é estabelecer e fomentar conexões produtivas entre os atores do ecossistema, que formam a Tríplice Hélice: governo, universidade e empresa.
Propostas ANPEI
O Diretor apresentou algumas das sugestões elaboradas pela Associação, que trabalha para contribuir na formulação de políticas públicas. A principal vertente desta proposta é o resgate da eficiência do ecossistema através da integração das políticas econômicas, educacionais e o marco legal da inovação. Ricardo defende que é preciso orientar as instituições à luz das sinalizações dos diversos elementos que a política econômica traz, associando novos elementos do marco legal de inovação, como por exemplo o Programa Rota 2030, que orienta quais competências e tecnologias serão necessárias para o setor automobilístico daqui 10 anos.
Uma vertente que ANPEI importante para posicionar os modelos educacionais é a organização e a integração dentro deste ecossistema, desenvolvendo cada vez mais ferramentas de cooperação e possibilitando oportunidades de compartilhamento de riscos. Ricardo ressalta que neste novo contexto é preciso poder correr riscos, e que isto influencia tanto a formação profissional, quanto os modelos de negociação e intercâmbio entre os institutos federais com o setor produtivo.
Também é relevante a integração e cooperação com modelos internacionais, já que vivemos em um mundo cada vez mais conectado. Uma das formas de estabelecer essa conexão é através do Enrich in Brazil, associação atualmente presidida pela ANPEI, que tem como missão relacionar o ecossistema de inovação brasileiro e europeu.
“No mundo de atual, mais do que competir, é necessário cooperar.”
Ricardo ainda ressaltou a importância de modernizar os modelos de atuação para inverter a dicotomia que existe atualmente no país, que consiste em 80% dos doutores e mestre na academia e 20% no setor produtivo. Em um contexto de desenvolvimento, os profissionais qualificados estão dentro das empresas gerando valor. Também é importante considerar a relevância do trabalho cooperativo com as startups para a geração de novos negócios, e o financiamento privado para a inovação, como por exemplo os hackatons, match making e venture capital.
O Diretor encerrou a sua fala reforçando a necessidade de ampliar o foco em inovação e aprimorar constantemente critérios de seleção e avaliação de projetos de P,D&I, a fim de gerar novas alavancas de valor para os ativos já existentes nas empresas, observando as tecnologias exponenciais que têm o potencial de mudar a lógica de funcionamento do mundo de amanhã.
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