16/08/2018

Com 35 painéis, 2 workshops, 106 cases recebidos e 16 selecionados, 26 patrocinadores, 45 apoiadores institucionais e 900 participantes de 300 empresas diferentes, em 2018 a Conferência Anpei de Inovação debateu as Novas Alavancas de Criação de Valor durante os dias 15 e 16 de agosto no ExpoGramado, no Rio Grande do Sul.

Saímos daqui com a certeza de que a busca por novas alavancas de criação de valor é uma jornada contínua. Mesmo as organizações que apresentaram marcantes histórias de sucesso deixaram claro que ainda continuam inquietas e experimentando novas alternativas. Por outro lado, algumas tendências muito firmes puderam ser notadas”, disse Luis Frade, coordenador do Comitê Técnico da Conferência Anpei, ao ler a Carta de Gramado, com o balanço do evento, em seu encerramento.

Com coordenação de Luciana Hashiba, a Conferência de 2019 já tem data marcada. Acontecerá de 24 a 26 de abril, em local a ser divulgado no próximo mês.

Confira a carta na íntegra abaixo!

Carta de Gramado

Na edição da Conferência ANPEI de 2018 procuramos trazer experiências e exemplos de quais estão sendo as alavancas de valor que as organizações estão lançando mão para inovar e crescer, depois dos momentos de turbulência enfrentados pelo Brasil entre 2015 e 2017. Utilizamos a tecnologia, a percepção dos clientes e do mercado, o arranjo organizacional e o ecossistema de inovação para demonstrar como as organizações reagiram a esse difícil e longo momento.

Adicionalmente, observamos que a intensidade e aceleração das mudanças do mundo nos últimos anos afetou a forma de fazer negócios e de vender produtos e serviços dentro e fora do país. As empresas devem se preparar para um mercado muito mais digital e um futuro totalmente conectado.

Saímos daqui com a certeza de que a busca por novas alavancas de criação de valor é uma jornada contínua. Mesmo as organizações que apresentaram marcantes histórias de sucesso deixaram claro que ainda continuam inquietas e experimentando novas alternativas. Por outro lado, algumas tendências muito firmes puderam ser notadas.

Ficou claro que entender e se antecipar cada vez mais e melhor aos desejos dos clientes e dos mercados em que eles atuam é uma ótima oportunidade de melhor atendê-los, de forma plena, em diferentes segmentos. Organizações que conseguem se antecipar e descobrir esses “nichos” e esses “desejos ocultos” dos clientes vão desenvolver produtos e serviços de melhor qualidade e gerar mais valor para seus stakeholders hoje, amanhã e sempre.

Por outro lado, entender os ambientes de inovação, que chamamos de ecossistemas (empreendedores, investidores, talentos, universidades, laboratórios, redes de alta velocidade, dentre outros), é uma importante alavanca para que as empresas de todos os portes possam cada vez mais desenvolver produtos e serviços de excelente qualidade para um país que, progressivamente, está saindo da crise.

Muito interessante observar também que o ambiente de trabalho tem sofrido rápidas mudanças estruturais. Não se pode esquecer nunca que são as pessoas, com seu trabalho, motivação, dedicação e criatividade, que criam valor para as empresas. Uma pessoa que não veja um propósito ou valor no ambiente de trabalho vai ficar desmotivada e procurar um outro local para trabalhar, onde se sinta mais plena e seja mais feliz, muitas vezes abrindo mão de remuneração e benefícios tão valorizados pelo jeito antigo de fazer negócios. Temos que nos adaptar a essa nova realidade sob o risco de perder o passo da história.

O desenvolvimento tecnológico nos mostrou que o mundo ficou mais plano e as empresas devem se preparar para um mercado cada vez mais digital. A chegada da digitalização afetou o mercado de uma maneira significativa e é patente que as organizações tenham a capacidade de regenerar seus modelos de negócio para navegar nesse novo mundo.

Vários exemplos que vimos em Gramado, nos levam a pelo menos duas conclusões:

1. As inovações tecnológicas vão aumentar muito nos próximos anos e provocarão mudanças profundas nas nossas vidas e na forma de trabalho existente hoje.
2. As organizações que souberem transformar potenciais ameaças devido a essas mudanças tecnológicas em oportunidades de inovação, serão aquelas que vão gerar mais valor para seus acionistas, seus colaboradores e para a sociedade.

Se soubermos utilizar essas alavancas de forma inteligente, aliados a novos modelos de financiamento para a inovação (private equity, venture capital, seed capital, crowndfunding, investimento anjo, etc.) poderemos dar um salto na qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas nossas empresas. Todos só temos a ganhar!

É necessário lembrar que em poucos dias teremos a escolha de um novo Presidente da República e, de certo modo, teremos novas orientações na área de CT&I. Ciente da sua responsabilidade enquanto Associação, a Anpei, em sua Conferência, listou uma série de sugestões para quem vai assumir o comando dessas áreas nos próximos anos.

É importante ressaltar que nesta edição da Conferência foi criado o painel de mulheres inovadoras, em reconhecimento ao importante papel que as mulheres sempre tiveram nas suas organizações, na implementação de políticas, difusão, implantação de sistemas de gestão e processos de inovação.

Em resumo, vivemos em um mundo não mais em constante mudança, mas em um processo de disrupção continua em diferentes segmentos de negócios. Para conviver com ele as organizações devem adotar uma abordagem estratégica para tratar da inovação, para não perderem o passo dos negócios. A cada dia devemos plantar “sementes” inovadoras e cuidar daquelas que já estão florescendo. Aliado a isso, devemos também fazer um esforço na mudança do mindset (mentalidade) das pessoas que trabalham nas organizações, de forma que eles entendam as mudanças que estamos vivendo e aquelas que ainda virão.

Nos veremos nos dias 25 e 26 de Abril de 2019, na Conferência Anpei 2019. Em breve informaremos a todos o local deste novo encontro!

Comitê Organizador

Conferência Anpei de Inovação 2018