Embraer e Petrobrás mostram por que são vitoriosas
Embraer e Petrobrás foram as empresas que apresentaram cases ontem (05), o primeiro dia da VI Conferência Anpei, que está sendo realizada no Rio de Janeiro e vai até amanhã. Satoshi Yokoda, vice-presidente de Engenharia e Desenvolvimento da Embraer, falou sobre o tema Inovar para exportar, e Carlos Tadeu de Costa Fraga, gerente executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes), da Petrobras, discorreu sobre o Programa tecnológico para auto-suficiência sustentável na produção de petróleo da empresa.
Segundo Yokoda, a Embraer só se tornou a empresa bem sucedida que é hoje porque faz inovação crescente ano a ano e procura janelas e nichos de mercado onde possa se estabelecer. O executivo da Embraer fez um breve histórico da empresa, que, segundo ele, deve sua existência a uma decisão estratégica do governo federal. “O governo tomou a decisão de criar uma fábrica de aviões, quando o país não fabricava nem bicicletas”, disse.
De acordo com Yokoda, as duas primeiras décadas da história da Embraer foram de implantação e consolidação. “Para isso, foram fundamentais as compras do governo e os incentivos fiscais”, explicou. Depois dessa fase, houve um período de crise que quase levou a empresa bancarrota. Em 1994, veio a privatização, no entanto, e a Embraer se reergueu. “Isso foi possível porque a empresa já tinha a tecnologia adquirida com o suporte do governo, que se somou a visão empresarial de uma companhia privada”, disse Yokota.
PETROBRAS – A exemplo de Yokoda, Fraga também fez um resumo histórico de sua empresa, no caso a Petrobras, e de sua atuação em relação à inovação. Segundo ele, graças a sua atuação inovadora a empresa é hoje a 14.ª em produção de petróleo do mundo e a 7.ª entre que as vendem ações em bolsa. De acordo com Fraga, o grande salto tecnológico da Petrobrás ocorreu em 1977, quando ela passou a extrair petróleo na Bacia de Campos. “Foi um ponto de inflexão na história da empresa”, disse. “A partir dali tivemos que inserir a inovação em nossa atuação.”
Desde então a empresa não parou mais de inovar e venceu grandes desafios, como a exploração de petróleo em águas ultraprofundas – mais de 1.800 metros. Fraga citou alguns exemplos de inovação feitos pela Petrobrás, como a adaptação de plataformas flutuantes para a produção em pequenos volumes, o uso do primeiro navio plataforma, a adoção de navios petroleiros para a extração de petróleo e o uso de cabos de nylon para a ancoragem de plataformas. “Quando a empresa nasceu, produzia apenas 3% do petróleo que o Brasil consumia”, disse Fraga. “Hoje, graças a sua atuação inovadora, o País é auto-suficiente em petróleo.”