Empresas mostram como inovar
No segundo dia da VI Conferência Anpei foram apresentados três cases de empresas inovadoras, dentro do painel Inovar para competir. A Braskem mostrou a inovação no desenvolvimento de um modelo de negócios na produção de um copo descartável de polipropileno. O Boticário apresentou seu modelo de gestão e fatores envolvidos na inovação tecnológica para a busca da diferenciação de produtos num mercado competitivo. Por último, o Aché Laboratórios Farmacêuticos relatou a história do desenvolvimento do primeiro medicamento totalmente brasileiro.
Manoel Lisboa da Silva Neto, engenheiro de materiais da Braskem, contou a história de como o desenvolvimento de uma resina levou à criação de uma nova empresa fabricante de máquinas produtoras de copos de polipropileno descartáveis. Para transformar a resina em copos, a Braskem teve de fazer parcerias com outras empresas. Além disso, teve de ajudar a criar uma empresa, em Criciúma (SC), para fabricar as máquinas para fazer os copos com a nova resina.
Os resultados desse novo modelo de negócios beneficiaram toda uma cadeia produtiva. “Ajudamos a criar uma empresa 100% nacional”, disse. “Os impactos sociais foram importantes. Foram gerados 230 empregos, houve a qualificação e melhoria do serviço na região e aumento de salário. Tudo isso, ajudou o desenvolvimento regional.”
BOTICÁRIO – O diretor de Pesquisa e Inovação de O Boticário, Israel Henrique Stokfisz Feferman, por sua vez, explicou que hoje as empresas têm necessidades que tornam a inovação imprescindível. Entre essas necessidades, estão acompanhar as solicitações e expectativas dos consumidores, antecipar tendências, diversificar as linhas de produtos, alimentar modismos e sustentar e transmitir imagem de segurança qualidade dos seus produtos.
Feferman enfatizou que estamos vivendo a era da informação. “Os consumidores estão melhor informados e qualidade não é mais um diferenciador”, disse. “Ninguém mais compra produto sem qualidade. Por isso, é preciso agregar valor tecnológico aos produtos.” Para ele, a questão não mais se se deve inovar ou não, mas como fazê-lo com sucesso e ser reconhecido como inovador. “O componente central do processo de funcionamento dos mercados é a capacidade de oferecer novas soluções aos clientes e não a competição pelos preços”, explicou.
LABORATÓRIOS ACHÉ – No caso do Aché, a representante da empresa, Raquel Smaletz Tcherniakovsky, contou a história do desenvolvimento do Acheflan, um antiinflamatório desenvolvido a partir da planta Cordia verbenacea, conhecida popularmente por erva-baleeira e comum em todo o litoral brasileiro, muito usada pela população em forma de chá e efusões. Trata-se do primeiro medicamento totalmente pesquisado e desenvolvido no Brasil. Ele começou a ser desenvolvido em 1998, em parceria do Aché com as universidades Federal de Santa Catarina (UFSC), de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp). “O Acheflan foi lançado comercialmente em junho de 2005 e em setembro já era líder no receituário médico em sua categoria”, disse Raquel. “Além de um ótimo medicamento, é um marco na indústria nacional e um exemplo mundial a ser seguido na pesquisa e desenvolvimento de fitomedicamentos. Inovação é fundamental para a indústria e para a saúde como um todo. Inovar é caro, trabalhoso, estressante e fabuloso.”