Investimento em P&D cresce na indústria brasileira
A inovação tecnológica tornou-se o carro-chefe nas estratégias das empresas para se manter no mercado. A conclusão é da pesquisa Indicadores de Competitividade Industrial, divulgada nesta quarta-feira (26/10) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) durante o Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, que acontece até o dia 28, em São Paulo.
A pesquisa revela que as empresas estão ampliando os investimentos em desenvolvimento tecnológico. Neste ano, 81,2% das indústrias pretendem investir em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Em 2003, a porcentagem de empresas que aplicaram em inovação foi de 70,7%. Outro item que mostra o interesse da indústria em inovar é o número expressivo de empresas que informaram ter adquirido máquinas e equipamentos novos. Em 2003, 81,2% das empresas compraram equipamentos. Para 2005 a previsão é de que 88,1% dos estabelecimentos invistam na renovação dos bens de capital.
Para o coordenador da Unidade de Competitividade Industrial da CNI, Maurício Mendonça, a inovação está substituindo a cultura da qualidade, tão característica dos anos 90. “Com a inserção internacional mais consistente das empresas brasileiras, criou-se um ambiente em que a inovação do produto tornou-se cada vez mais importante e mais decisiva para a competitividade no mercado.”
A pesquisa também mostra que o interesse pelo desenvolvimento tecnológico cresceu principalmente entre as micros e pequenas empresas. Em 2005, 74,7% dos empreendimentos desse porte mostraram disposição para investir na área, em 2003 a porcentagem era de 60,4%. Entre as médias e grandes empresas, a intenção de aplicar em P&D aumentou de 84,1% em 2003 para 88,8%, neste ano.
Apesar do alto percentual de empresas comprometidas com a inovação, a maioria, 63,5%, pretende aplicar apenas 2% do faturamento bruto em desenvolvimento tecnológico. Mas para o diretor técnico do Sebrae, Luiz Carlos Barbosa, este é um índice muito bom, comparável com os países desenvolvidos. “Os setores de ponta, como software, mecânica fina, biotecnologia, química, nanotecnologia, são os que investem mais, em torno de 5% a 10% do faturamento”, disse.
De acordo com o levantamento, há ainda várias questões que atrapalham a competitividade da indústria brasileira, principalmente em relação à infra-estrutura e logística. O item mais grave apontado pelas empresas foi o transporte rodoviário. Em 14 dos 27 setores pesquisados, mais de 75% das empresas estavam pouco satisfeitas ou insatisfeitas com as rodovias, principalmente as dos setores de vestuário e acessórios. No caso dos portos, 41,7% das empresas exportadoras mostraram-se pouco satisfeitas com o serviço.
O levantamento Indicadores de Competitividade Industrial ouviu 743 empresas de todos os portes do Brasil. As informações da pesquisa foram coletadas entre outubro de 2004 e março de 2005.
Com informações da CNI e do Sebrae