Relatório da OCDE aponta tendência de economia baseada em CT&I
A 7ª edição do relatório Science, Technology and Industry Scoreboard 2005, recentemente divulgada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – fórum formado por 30 nações – aponta a continuidade da tendência de longo prazo em direção a uma economia baseada em conhecimento, na qual ciência, tecnologia e inovação se tornaram fatores-chave para o crescimento econômico, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento.
O documento enfatiza a crescente globalização do conhecimento, que tem se intensificado devido ao uso generalizado das tecnologias de informação e comunicação (ICT, na sigla em inglês), viabilizando a circulação de informação no âmbito internacional. As novas tecnologias, implementadas na atividade produtiva, estão modificando a estrutura das economias e contribuindo para ampliar a produtividade, quer nos países membros, quer nos não-membros. Veja a seguir as principais conclusões do relatório:
– Os investimentos em conhecimento (incluindo P&D, softwares e educação superior) atingiram 5,1% do PIB em 2001 nos países membros da OCDE.
– A maior taxa de intensidade de P&D foi verificada na Suécia (4,0%) em 2003, seguida pela Finlândia, Japão e Islândia, todos com taxas superiores a 3,0%.
– A China tornou-se o terceiro país do mundo com melhor desempenho em P&D, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão.
– As pequenas e médias empresas desempenharam importante papel na inovação, embora sejam responsáveis por somente 30% do total das despesas com P&D.
– Desde 2000, os recursos públicos orçamentários destinados ao P&D cresceram em média 3,5% ao ano em termos reais nos países da OCDE.
– As solicitações de patentes estão extremamente concentradas. Em 2001, França, Alemanha, Japão, Reino Unido e Estados Unidos responderam por 83,6% de todas as patentes registradas em simultâneo nos Estados Unidos, Europa e Japão.
– Os campos de conhecimento que mais originam pedido de patentes são a biotecnologia e as ICT.
– Os países não-membros como Brasil, China, Índia e Federação Russa têm um alto nível de internacionalização em comparação com os grandes países da OCDE. Percentual expressivo das patentes protocoladas nos três principais centros é de propriedade ou co-propriedade de não-residentes.
– Os diplomas em ciência e engenharia representam 23% dos novos diplomas outorgados nos países da OCDE. Mas, desde 1998, tem havido um declínio em muitos países.
– Os fluxos migratórios de profissionais altamente qualificados convergem para quatro destinos principais: Estados Unidos, União Européia, Canadá e Austrália. Mais da metade destes profissionais provém de países fora da OCDE.
– Em 2001, o setor das TIC representava 10% do valor agregado empresarial na OCDE. Esta proporção foi superior na Finlândia (16%) e Irlanda (13%).
– O setor das ICT investiu amplamente em P&D. Em 2002, as indústrias produtoras do setor respondiam por mais de um quarto do volume de P&D realizado pelo setor privado na maioria dos países da OCDE.
– No período 1999-2003, o comércio internacional de bens de alta tecnologia, notadamente, computadores e aviação, foram os mais expostos à concorrência internacional, apresentando as maiores taxas de exportação e de penetração das importações.
– Em relação ao comércio de tecnologia, os Estados Unidos e o Japão foram superavitários entre 1993 e 2003, enquanto a União Européia acumulou déficit, devido, sobretudo, aos resultados da Alemanha, Itália, Espanha e Irlanda.
– Em muitos países da OCDE, incluindo-se Austrália, Grécia e Estados Unidos, os negócios no setor de serviços contribuíram de forma notável para o aumento da produtividade do trabalho nos últimos anos.
– A participação do “mercado” de serviços baseado no conhecimento continua aumentando e representa atualmente cerca de 20% do valor agregado na OCDE.
– Em 2002, aproximadamente 40% de todas as pessoas empregadas no setor industrial estavam em ocupações vinculadas aos serviços.
– Os países da OCDE representaram um pouco menos de 80% do valor agregado mundial no setor industrial, em 2002. A China respondia por cerca de 8%, ligeiramente superior à participação da Alemanha. Em 2002, dos dez maiores países industriais no mundo classificadas por valor adicionado, nove eram membros da OCDE. A exceção, a China ocupava o terceiro lugar atrás dos Estados Unidos e do Japão. O Brasil ocupava a 12ª posição entre as vinte maiores.