BNDES conclui programa de private equity para inovação
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concluiu a escolha dos gestores do Programa de Participação em Fundos de Investimentos, criado em julho de 2005. Foram selecionados administradores para quatro novos fundos de investimentos que integram o programa, composto por nove. A escolha dos gestores dos cinco primeiros fundos ocorreu na primeira rodada do programa, ao longo do segundo semestre do ano passado e início de 2006.
O objetivo do programa é estimular o desenvolvimento de empresas de pequeno e médio porte com perfil inovador, o empreendedorismo e a cultura de capital de risco no Brasil. Para isso, o Banco destinará R$ 260 milhões à subscrição de cotas dos nove fundos, que vão gerar investimentos totais de R$ 1,2 bilhão, a serem aplicados em 80 empresas.
O programa contempla dois fundos de private equity, classificados como fundos de participação e voltados para empresas de maior porte, e sete de venture capital, destinado a aplicação de recursos em empresas emergentes de base tecnológica. A decisão de subscrever cotas de fundos de private equity – que não estão entre as prioridades do programa – veio em função do perfil das aplicações apresentado ao Banco, com foco em logística e gestão.
A participação do BNDES nos fundos de venture capital está limitada a R$ 20 milhões por fundo e restrita a 30% do patrimônio comprometido. Já nos de private equity, o BNDES aplicará até R$ 60 milhões, por fundo, circunscrito a 20% do patrimônio comprometido. Entre os escolhidos, encontram-se fundos destinados a investimento regional, no caso no Nordeste, e nos setores de alimentos, tecnologia da informação, fármacos e logística. Ou seja, serão destinados R$ 140 milhões para os fundos de empresas emergentes e R$ 120 milhões para os fundos de private equity. O prazo total de duração destes fundos é de 10 anos.
A criação do Programa de Fundos reflete a visão do BNDES da importância, cada vez maior, de fatores intangíveis para a geração e consolidação de valor nas companhias. O objetivo é investir em empresas que terão capacidade de atuar de forma competitiva, com capital baseado em conhecimento, inovação, processos gerenciais e redes de relacionamento. Trata-se de um novo modelo de concorrência, que difere do atual paradigma indústria/infra-estrutura.
Neste novo conceito, o desafio dos bancos de desenvolvimento está em reunir mecanismos de avaliação e mensuração dos chamados fatores intangíveis, que começam a se tornar determinantes na seleção das futuras empresas vencedoras. O foco do BNDES, nesse novo cenário, é o de criar mecanismos e definir técnicas que permitirão avaliar o sucesso empresarial das empresas a médio e longo prazo.