Congresso da CNI propõe agenda para a inovação na indústria
A ampliação do crédito, a redução dos custos de financiamentos e os incentivos oficiais são decisivos para garantir o desenvolvimento tecnológico do país. Essa é a principal conclusão da Agenda de Inovação na Indústria, aprovada no Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, que terminou sexta-feira passada (28/10), em São Paulo.
Durante os três dias do evento, empresários de diversos setores industriais, representantes de governo, instituições acadêmicas e de pesquisa de 25 estados discutiram as medidas necessárias para a inovação no país. O evento foi organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Uma das principais metas aprovadas no Congresso foi a necessidade de triplicar o número de empresas inovadoras no Brasil. Hoje existem apenas 1.200 empreendimentos de base tecnológica no país, segundo o último levantamento Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessas, apenas 177 têm condições de competir em nível mundial. “Queremos chegar em 2010 com, no mínimo, 500 empresas de inserção internacional”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, que coordenou o Congresso.
Segundo Loures, os mais de 400 participantes do evento concordaram que a inovação acontece dentro das empresas. “As atividades dos centros de pesquisa, das universidades e de agências de fomento são fundamentais e devem dar apoio à iniciativa privada, mas é dentro da empresa que a inovação acontece.”
A Agenda de Inovação elaborada no Congresso será levada à Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, marcada para novembro, em Brasília. Loures informou que, durante o Congresso, foi articulada uma proposta de trabalho conjunta entre a CNI e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ampliar e facilitar a liberação de recursos destinados à inovação.
Outra providência foi o encaminhamento de uma proposta de medida provisória ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e ao presidente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), Roberto Jaguaribe, pedindo maior rapidez nos processos de patentes. Hoje, o INPI consegue atender apenas 25% dos pedidos de registro de patentes e, por isso, todo o processo leva oito anos para ser concluído.
A medida provisória proposta permitiria a reestruturação do órgão, com a possibilidade de contratação de pessoal. “A expectativa é de que este prazo não seja maior do que quatro anos, como acontece nos países habituados a estimular a inovação”, informou Maurício Mendonça, coordenador da Unidade de Competitividade Industrial da CNI.
A gestão da inovação é outro ponto da Agenda de Inovação. De acordo com o documento, as empresas precisam incorporar novas competências de gestão da inovação, mantendo estruturas próprias para pensar e gerir os processos que resultarão em produtos inovadores.
Fonte: CNI