Ranking revela baixo gasto com P&D no País
No ranking das mil empresas que mais investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no mundo, elaborado pela consultoria internacional Booz Allen Hamilton, o Brasil tem apenas um representante isolado: Petrobras. Destinando US$ 238 milhões para esta finalidade em 2004, a estatal ocupa a 277ª posição.
A lista é amplamente dominada por empresas dos Estados Unidos. A liderança é de uma americana – a Microsoft -, assim como a segunda e terceira posições, ocupadas por Pfizer e Ford Motor, respectivamente. Origem de 43,9% dos investimentos corporativos em pesquisa e desenvolvimento, a América do Norte é seguida de longe pela Europa, com 28,9%, e pelo Japão, com 24%.
Em entrevista ao Valor, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, atribuiu a baixa representatividade do país no ranking a fatores históricos e culturais. Rezende lembra que o Brasil sempre teve tradição agrária e que no século 18 Portugal mandou fechar as fábricas da colônia que concorriam com seus produtos. A retomada só veio no século 19, com atraso em relação a outras nações. A partir da segunda metade do século 20, as iniciativas do governo de apoiar o desenvolvimento industrial foram feitas sem conexão com a política científica e tecnológica.
“Nunca tivemos política industrial que incentivasse as companhias a investir em P&D.” Rezende cita a Lei da Inovação e a “MP do Bem”, que incentiva a contratação de mestres e doutores, como esforços recentes para mudar esse quadro. Mas reconhece que as corporações nacionais que investem valores significativos em pesquisa ainda são casos isolados.
Fonte: Valor Online